Tecnologia Ancestral

O Jongo da Serrinha é um dos principais articuladores políticos da Rede do Jongo e do Caxambu do Sudeste, ligada ao IPHAN. ‘composta por 14 comunidades jongueiras tradicionais do Rio de Janeiro, a rede elabora pensamento crítico, ações e políticas públicas para que o jongo seja transmitidos para futuras gerações.

A memória é nossa principal ferramenta de construção de consciência
crítica para enfrentar desigualdades e violências históricas. O Jongo da Serrinha colabora, portanto, para que populações historicamente oprimidas possam criar, ampliar, conquistar autonomia ética, estética, social e econômica.

Protegemos o patrimônio imaterial do jongo através de ações baseadas na convivência intergeracional, afirmando modos de vida e saberes de matriz africana. O Jongo da Serrinha articula múltiplas frentes de trabalho que entrecruzam território, cidade, educação, trabalho, arte e segurança pública tendo como força motriz a salvaguarda da cultura jongueira.

O legado do jongo é justamente essa tecnologia da sobrevivência e reivençao da vida de origens africanas que no Jongo da Serrinha é articulada em múltiplas frentes de trabalho:

escola de jongo

Ao longo dos seus 23 anos de existência, a Escola do Jongo atendeu a mais de 10 mil alunos diretos e 40 mil pessoas, indiretamente. Atualmente a Escola atende a cerca de 200 alunos entre 5 e 25 anos, com atividades diárias, gratuitas, complementares ao ensino formal. Atende também as quatro escolas públicas municipais fortalecendo a Lei 10.639. A Escola de Jongo da
Serrinha também atua em parceria com o programa de Extensão da UFRJ há cerca de 15 anos.
A Escola oferece diariamente aulas de jongo, capoeira, danças populares, literatura Griô, cultura popular e percussão (samba, jongo e ritmos brasileiros).

Além disso, semanalmente acontecem eventos (festas, visitas e/ou apresentações artísticas) reunindo moradores, turistas, parceiros fortalecendo rede de sustentabilidade e laços comunitários na região.

Roda de jongo na frente da Casa do Jongo da Serrinha
rede jongueira do sudeste
O Jongo da Serrinha atua como articulador da Rede de Jongo e Caxambu do Sudeste que reúne mais de 50 comunidades jongueira de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. No Rio de Janeiro é o principal articulador da rede que reúne 14 comunidades jongueiras do Estado. Nossa atuação política tem como objetivo o fortalecimento de seus detentores para que possam pautar o Estado na elaboração de políticas públicas em temas que atravessam a tradição jongueira. A tecnologia ancestral de resiliência dos mais velhos, a troca intergeracional, a solidariedade e a sustentabilidade ambiental são bases dessa construção. Investimos em ações culturais gerando empregos diretos e indiretos, capacitando membros das comunidades, alunos e professores e o público em geral na gestão e fruição cultural do legado do jongo. Promovemos a gestão comunitária cultural
visando criar sustentabilidade.
3° Encontro nas comunidades Jongueiras no Quilombo Machadinha em Quissamã, RJ,  outubro 2024
o Território
O JONGO DA SERRINHA é a principal organização da sociedade civil atuante no centenário Morro da Serrinha há 62 anos. Foi criado no terreiro de umbanda Cabana de Pai Xangô, de Vovó Maria Joanna Rezadeira, e lá se consolidou como grupo um importante grupo musical.

Nos anos de 1990 Tia Maria do Jongo assumiu a liderança do grupo em seu quintal.

Nos anos 2000, o grupo se formalizou e inaugurou o Centro Cultural Jongo da Serrinha e a Escola de Jongo, em parceria com a Prefeitura do Rio. Em 2010 criou o espaço Terreiro Eva Emely, onde hoje fica o Acervo físico Tia Maria do Jongo.

Em 2015 inaugurou uma nova sede, da Casa do Jongo da Serrinha, com 2000m2, que é um espaço de desenvolvimento comunitário, artístico, social e político, reunindo a Escola de Jongo, o escritório administrativo, o museu e a base de articulação para a rede de comunidades jongueiras do interior do Estado.

Os espaços do Jongo da Serrinha na comunidade

a casa do Jongo da Serrinha

A Casa do Jongo da Serrinha é um dos espaços mais importantes da cultura negra carioca, desde a sua fundação em 2015. Destaque em 2016 pela Bienal de Arquitetura de Veneza, recebe cerca de 30 mil pessoas por ano, em suas rodas de jongo e samba, shows, oficinas, apresentações de circo, teatro, residências artísticas, gravações de filmes, clipes, programas de TV, grupos de turistas estrangeiros etc. Também faz a prestação de serviços sociais pontuais, em parceria com instituições especializadas, como dentista, oculista, prevenção de DSTs, audiência pública e cadastramento de documentos.
Aula na sala de dança com a tia Suellen na Casa do Jongo da Serrinha

o museu do jongo

Tia Maria do Jongo, matriarca jongueira, liderança do Jongo da Serrinha por mais de três décadas, falecida em 2019 com 99 anos, deixou um grande legado material. O Jongo da Serrinha abriga e dá visibilidade ao seu acervo e atualmente organiza materiais históricos da Família Monteiro. Nossa proposta é pesquisar, organizar, catalogar, digitalizar e disponibilizar em nossa sede física e em nosso site esses documentos. O objetivo é que essa memória não fique registrada somente pela oralidade mas também sob parâmetros da museologia social.
Esta é uma importante ação de salvaguarda e transmissão de sabedorias ancestrais do jongo, presentes na Serrinha, uma das primeiras cinco favelas da cidade, hoje centenárias.
À esquerda da foto, Tia Maria, com os braços abertos, dança em roda com uma mulher e um homem. Eles têm peles negras. Elas usam turbantes e blusas brancas, e saias estampadas. Ele está sem camisa e com calça branca. Usam colares de contas. À direita, de costas, está um homem com chapéu e roupas brancas. Ao lado dele, de perfil, três mulheres negras à frente de microfones. Usam vestidos iguais listrados em laranja e preto. Atrás delas, músicos com instrumentos de percussão. À frente, mais instrumentos e uma pessoa, de costas, com um violão.
Espetáculo Jongo da Serrinha e Velha Guarda do Império Serrano. Projeto seis e meia, Teatro João Caetano
grupo cultural e artistico
O Jongo da Serrinha é hoje a principal referência nacional e internacional sobre o ritmo do jongo. Lançou dois discos, tendo ganhado o Prêmio Rival BR, em 2002, pelo lançamento do primeiro disco do jongo do país. O grupo acumula mais de 60 anos de shows, apresentações, oficinas e palestras por todo mundo, de escolas públicas a teatros em países como Japão, Alemanha, Emirados Árabes e EUA. O grupo também faz parcerias em composições e shows com grandes estrelas do MPB como Clara Nunes, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Nei Lopes, Mariene de Castro, Nelson Sargento, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Jorge Mautner, Sandra de Sá, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina, Rita Benedito, Lia de Itamaracá, entre outros.
Espetaculo Jongo da Serrinha no Teatro Carlos Gomes, Rio de Janeiro, 2005
Mestre Darcy do Jongo ensaiando com músicos na casa da sua mãe Vovó Maru Joana
Deli Monteiro, Lazir Synval, Luiza Marmello e Tia Maria do Jongo na Balaiada, Serrinha. Ensao fotográfico para a capa do disco vid ao Jongo
Um grupo de crianças e adultos posando dentro de um prédio com o texto "Jongo da Serrinha: Uma Escola Permanente" exibido acima deles. Alguns estão dançando, e uma criança segura um bambolê.
Um grupo de crianças e adultos posando dentro de um prédio com o texto "Jongo da Serrinha: Uma Escola Permanente" exibido acima deles. Alguns estão dançando, e uma criança segura um bambolê.

Casa do Jongo da Serrinha

Rua Silas de Oliveira, 101 – Madureira Rio de Janeiro – RJ

Telefone

21 991913123

Email 

info@jongodaserrinha.org